quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Rato na Garrafa dos Outros é Refresco

Rato na Garrafa dos Outros é Refresco

Por Alex Morais

Dois assuntos me chamaram atenção nesta semana e embora pareçam não terem relação entre si, gostaria de fazer uma analogia entre os temas nas próximas linhas.

A filha do técnico da Seleção Argentina de Futebol disse que, “a Lionel Messi, melhor jogador do mundo, lhe falta ainda alguma coisa para ser um ídolo”. Ele é apenas bom, mas não gênio e não se pode compará-lo a Maradona porque Messi apenas joga e não fala, enquanto o craque argentino – ou crack como queiram – fazia os dois e “otras cositas mas”, é claro. De encontro com as palavras da filha do técnico, vem a imprensa argentina e praticamente toda a opinião pública de nossos hermanos. Opinião pública imposta pelas veículos de comunicação, como acontece no Brasil, mas isto é outra história. Ou seja, à Messi, lhe cabe perfeitamente o exemplo do tal santo de casa. Das limitações geográficas da Argentina para fora, ele é “o cara”, e é mesmo. Lhe falta sim uma equipe a sua altura para ser campeão mundial pela seleção, mas isto a torcida argentina não admite. Talvez, se quando menino e já jogador de base do Barcelona tivesse se naturalizado, hoje a Seleção Espanhola seria ainda mais poderosa. Não o fez por amor e respeito a sua pátria, que em contra-partida não o respeita. O Brasil mesmo é exemplo de que, quem muito fala fora de campo, não resolve nada dentro dele e isto já custou a perda de títulos importantes.

Paralelo vem o caso do rato na garrafa de Coca-Cola. Quase uma lenda urbana, mas que agora virou realidade e – sendo mentira ou verdade – causa uma enorme dor de cabeça para a marca. Pra quem um dia lançou a Sprite com a chamada de que “Imagem não é nada e sede é tudo”, hoje é preciso olhar para sua marca e ver o quanto imagem é importante. Aliás, atualmente imagem vende mais do que a qualidade do produto. Ponto.

Acho irônico que algumas pessoas – entre elas gestores, administradores e afins – comentem que depois do caso do rato, não tomarão mais Coca-Cola. Realmente, rato na garrafa dos outros é refresco. Como profissional de marketing e atuante no mercado regional, percebo uma infinidade de “Messis” dentro das empresas, sendo desejados pelos concorrentes, que reconhecem neles uma capacidade extrema de gerenciar crises, trabalhar imagem e gerar resultados. O único local que não reconhece este potencial é o seu próprio ambiente de trabalho e consequentemente, seus supervisores e colegas.

Ainda, a cada dia encontramos ratos do tamanho de um hipopótamo na maneira de alguns gestores conduzirem seus negócios, principalmente no que diz respeito ao seu maior patrimônio, que é a sua equipe de profissionais que fazem a engrenagem girar. A cidade inteira enxerga o rato e se afasta de sua marca, apenas o gestor e sua equipe que fatalmente afirma “sempre fizemos assim porque vamos mudar agora?” não percebe que os pelos do rato já contaminaram todo o ambiente e o consumidor está preferindo e migrando para outra marca.

O rato na sua garrafa pode ser percebido de inúmeras maneiras. Vai desde o mal atendimento via telefone, com informações mecânicas e imprecisas à maneira como o colaborador ou gestor se porta dentro ou fora de seu ambiente de trabalho. É o carro adesivado com a sua marca que corta o sinal e atravessa os cruzamentos, é o interesse puramente comercial e lucrativo na condução de seus negócios, a arrogância estampada nos olhos e a falta de vontade – ou medo ou incompetência – para tentar o novo, para seguir as tendências do mercado e perceber que hoje o cliente está no topo da pirâmide e não mais o presidente e os acionistas. É fácil dizer que não consumirá mais esta ou determinada marca porque se ouviu dizer que ela pode estar contaminada, difícil é perceber que a sua própria marca só está em pé até hoje e tem esperança de sobrevivência no mercado, porque todos os dias uma equipe formada por “Messis” entra campo defendendo a sua bandeira. Consumidor e concorrente de olho no astro da sua equipe, e o gestor, ao contrário de motivá-lo, está sempre lhe lembrando que ainda lhe falta algo para ser uma peça fundamental.

Quantas marcas sobrevivem muito tempo depois de um rato na garrafa ou um dedo na caixinha longa vida? Podem apostar que os investimentos são muito mais expressivos em campanhas de marketing para salvar a imagem do que em tecnologia para desenvolver novos produtos. Ai sim vem o colapso nervoso, porque investimento em marketing para alguns gestores é visto como gasto desnecessário e são estes mesmos, que ficam assustados quando ouvem ou vêem os anúncios dos concorrentes veiculando por ai.

A Coca-Cola sobrevive ao rato. Fato. Mas quantos de nós sobreviveríamos?

Está na hora de abrir os olhos, passar mais a bola para nossos “Messis” e deixar a ratoeira armada a noite. Tem gestor que ficaria apavorado na manhã seguinte com o que encontraria nas ratoeiras. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Making Of do novo trabalho da Nativa Comunicação - Vem ai, Lucas & Willian

 Making Of produção dos primeiros materiais do novo trabalho da Nativa Comunicação: Lucas & Willian.
Em breve, muitas novidades. 

Artistas: Lucas & Willian
Agência: Nativa Comunicação
Making Of - Supervisão: Aline Andres
Produção: Audy Andres e Helen Jung
Fotografias: Daniel Tondin
Imagens e Edição: Alex Morais
Equipe: Angelo Jr. Viviane Ferranti e Vinicius Costenaro






sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dia do Agricultor: o que eles próprios têm a comemorar?

Não posso generalizar ao “afirmar” que a situação que vou relatar nas próximas linhas aconteça em todas as cidades e regiões, embora possa  “deduzir”  que certamente sim. Neste espaço quero relatar a experiência nas qual tive a oportunidade de participar efetivamente e então expor aqui um quadro alarmante sobre a ameaça que paira há anos sobre a produtividade agrícola, o tão falado e ameaçador Êxodo Rural.

Nas últimas semanas, percorri cada quilômetro das 11 comunidades que constituem o interior de Peritiba, município próximo à Concórdia e que se desenvolveu através de agricultores colonizadores que mantiveram por longas décadas sua economia baseada nas parcerias firmadas com cooperativas ou grandes marcas da agroindústria da região. Nas cidades, onde eu  e a ampla maioria das pessoas passamos quase 100% de nossas vidas, ouvimos falar constantemente e sem maiores preocupações sobre a saída do jovem do campo em busca de empregos na área urbana, mas presenciar os relatos familiares mostram que a situação é bem mais complicada. Durante produção de documentário – motivo destas idas ao interior – fizeram parte da equipe de produção os diretores de cultura e turismo da referida cidade, que nas saídas das quase 50 residências visitadas, chegavam a novas conclusões sobre ações e decisões emergenciais que precisam ser tomadas.

Fato é que, em dois dias de visitas em diversas propriedades rurais, coletando depoimentos sobre colonização e rotina dos trabalhos, não encontramos sequer uma criança. Salvo esta situação apenas em uma única residência entre todas, onde o filho do casal, ainda jovem, optou por ficar e assumir os negócios do pai e no último dia de gravação, a noite, uma casa cheia de jovens e crianças, mas era sábado e todos vieram da cidade visitar os avós.

Nos relatos dos casais visitados, uma constatação. Nenhum homem ou mulher estava abaixo dos 70 anos de idade, em alguns casos, o casal se aproxima dos 90. Sem exceção, todos afirmaram que os filhos mais velhos optaram por ficar no campo até aproximados 30, 40 anos e então partiram. Os filhos mais jovens, ficaram no campo até os 16, 18 e então rumaram para a cidade. Em cada propriedade, a afirmação de que todos diminuíram as áreas de plantio por não terem mais forças físicas ou mesmo motivação para trabalhos mais árduos. Apenas grandes produtores, equipados com modernas máquinas e implementos e que mantém funcionários contratados, ainda apostam na lucratividade vinda do campo. Outro fato é o atualmente difícil relacionamento entre agricultores e cooperativas, que envolvem exigências nas entregas dos animais ou produtos, melhores estradas e até mesmo a falta de comércio de carne para exportação à outros continentes. No presente momento, a produção leiteira tem sido o ganha-pão que ainda permite a sobrevivência da agricultura familiar.

Uma conclusão óbvia, percebida e afirmada pelos casais encontrados é que dentro de 10 anos, um grande percentual de propriedades rurais daquela cidade serão formadas de casas, galpões e pastos abandonados. “a velhice e as doenças farão nossos filhos nos levarem para a cidade e ninguém mais virá aqui cuidar dos trabalhos”, foi frase falada à exaustão. No caso de propriedades mantidas por casais um pouco mais jovens, na casa dos 60, 70 anos, este prazo deve se estender um pouco mais, talvez 15, 20 anos. Uma percepção é dada como certa; “não haverá milagres, não haverá uma grande surpresa, um retrocesso, um debandada de pessoas da cidade para o campo”. Em no máximo 30 anos, prazo estipulado como máximo, todas as 11 comunidades do interior deverão estar abandonadas serão como vilas fantasmas.

Dias depois, junto ao secretário de indústria e comércio da vizinha Ipira, conversando sobre o assunto, a resposta foi objetiva; “em Ipira, a situação é absolutamente igual e nós percebemos isto e trabalhamos sobre este tema há alguns anos já”. Conforme o secretário, Ipira trabalha em cima de um plano de previsão de economia dificílimo de ser aplicado em uma cidade de pequeno porte que um dia foi essencialmente agrícola, que é; saber que dentro de 30 anos, não haverá mais produção agrícola dentro do seu território, o setor alimentício deverá ser todo comprado de outros centros e a prefeitura municipal não terá arrecadação vinda da agricultura. Opinou que cidades como Campos Novos, por exemplo, onde o pequeno produtor já foi extinguido e a produção agropecuária já é trabalhada em caráter industrial, deverão ser os abastecedores de alimentos de quase todo o país, o que deverá  encarecer preços e todas as demais conseqüências que um problema destes pode gerar. 

Somado a isto, todas as cidades sofrem com falta de políticas voltadas ao campo, estradas em péssimas condições e até falta de incentivos e valorização ao pequeno produtor por parte de quem poderia ser mais parceiro, as empresas do agronegócio. Em Joaçaba e região por exemplo, fica ainda mais fácil imaginar o clima motivacional das famílias agriculturas após o caso Coperio.


Na semana em que se comemora o Dia do Agricultor, a questão é; o que eles próprios tem a comemorar?

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Em produção, documentário vai contar colonização do interior de Peritiba

Making Of das gravações dos dias 12 e 13 de julho em Peritiba.
11 comunidades e mais de 30 entrevistados sobre colonização, cultura, passado e presente das comunidades italianas e alemãs que vieram para SC no início do século 20. 

 Rainha e Princesa Mirim do Kerb 2013

Filho de imigrante, Ademio Krindges, que guarda seu boletim de 4ª série cursada nos anos 40

 Lizelotte Schneider, 94 anos, nascida na Alemanha, vei para o Brasil com 04 anos em viagem de navio que durou semanas. Pai foi soldado da Primeira Guerra Mundial 

  Rota de Produção; duas das 11 comunidades visitadas

Produtor rural em atividade, para registro em vídeo

Ata original das aberturas da escolas de interior entre os anos 40 e 50

Ferramentas de época, utilizadas para derrubar as matas, construir casas e ainda, plantio e colheita

Making Of das gravações, depoimentos relatam a chegada das famílias e colonização das terras

                                               Registro, para não esquecer a rica experiência


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Troféu Adjori de Jornalismo - Melhor coluna edição 2013


Havia um Wanderson Santos no meio do caminho. No meio do caminho havia um Wanderson Santos

Por Alex Morais. Vencedor da categoria Melhor Coluna ou Crônica do Prêmio Adjori de Jornalismo SC edição 2013 publicado originalmente no Jornal Pauta de Herval d´Oeste. 

Oh! Wanderson Santos, como se atreve a cruzar o caminho de um jovem herdeiro da oitava maior fortuna do mundo? Como você não deduziu que, quando dentro de uma Mercedes McLaren tudo que se quer é o horizonte, limpo, plano e belo à sua frente e não ter que cruzar com a realidade de um país em desenvolvimento.Quando se pilota um veículo de 2,7 milhões de Reais, não se deseja cruzar com a escória brasileira, os proletários, assalariados, o mau cheiro que a pobreza nacional exala. No comando do possante tudo que menos se imagina são os buracos na estrada de um país indiferente para as reais necessidades de segurança de um povo sofrido e trabalhador. Ciclovia em BR? Para quê? Para pobre se deslocar ao trabalho? Não. Quem dirige a máquina dos sonhos, se um dia lembrar da existência de uma ciclovia será a do Calçadão de Copacabana ou de Miami Beach.
Oh! Wanderson. Quantos sonhos você destruiu naquele domingo a noite, ao atropelar com sua bicicleta a Mercedes McLaren do jovem mais rico da América Latina? 20 anos apenas ele tinha Wanderson, quando você jogou sua bicicleta para cima de sua máquina. Que inconsequente você foi. Mal imagina você o processo de pintura de um veículo daqueles, provavelmente a tinta nem mesmo exista no Brasil. Você é um criminoso Wanderson. De “Santos” você não tem nada. Morreu antes de prestar socorro à vítima, inocente dentro de sua fortaleza automotiva, abalada psicologicamente com sua pobre vingança contra a elite burguesa. Isto é coisa do século 18 Wanderson. Você, como um guerreiro medieval, usou o corpo suado e calejado como arma mortal para cima do jovem.
Que culpa ele tem Wanderson, em ser filho do bilionário número um do Brasil e oitavo do mundo? (breve o número um do mundo como ele mesmo profetizou). Culpa nenhuma Wanderson. Você sim é culpado de chegar aos 30 anos sem status, posses, bens, garanto que sequer ousou a sonhar em ser dono um dia de uma empresa de petróleo. Você sempre sonhou pequeno Wanderson. Vai querer agora jogar a culpa no Brasil? Dizer que o governo e a sociedade nunca te deram chances de ser alguém, que teve que largar os estudos para ajudar a manter a família? Quantas vezes você reclamou Wanderson de ter que passar os dias carregando e descarregando caminhões. Seu ingrato. Aposto que os “Batistas” nunca, nunca reclamaram de ter que controlar centenas de caminhões rodando este país esburacado, levando minérios, combustíveis ou lanchas para as suas marinas.
Oh! Wanderson, agora deixou o jovem de apenas 20 anos envolto com advogados, ouvindo diariamente palavras como “doloso” e “culposo”. As palavras que interessam aos jovens deste clã não são escritas em português Wanderson. Quem sabe o doloso inspire no futuro uma nova DLX ou o culposo, uma nova CPX, mas você certamente nem sabe do que eu estou falando, certo Wanderson? Você voltava de um supermercado no domingo a noite trazendo bolo para o aniversário de sua esposa no dia seguinte. Agora misturou glacê com sangue na pintura do McLaren. Você me decepciona Wanderson. Por isto bi ou milionários querem distância de pessoas como você, que causam sujeira, incomodo e desperdício de tempo.
Não fosse você e sua bicicleta, o jovem estaria alcançando novos horizontes com sua máquina e preocupando-se com aquele que sim, é o grande dilema de um ser humano em vida: a hora de assumir a herança do pai. Wanderson, você estragou tudo. Quando os pobres vão perceber que não devem cruzar o caminho dos bilionários? Quando vão perceber que seu lugar é lá, no chão de fábrica, produzindo juros e dividendos para o patrão, para o Brasil, para que a engrenagem do sistema não pare nunca de funcionar.
Havia um Wanderson Santos no meio do caminho. No meio do caminho havia um Wanderson Santos e o pior, é que muitos acharão que eu fui sincero nestas linhas. Wanderson é Andressa de Luzerna. Wanderson são os anônimos chacinados em Realengo. Wanderson é o povo, que existe em número demasiado e por isto, sua falta, não faz falta e o esquecimento é rápido, rasteiro e mortal. Quanto à McLaren, o seguro cobre, (isto se a seguradora não for da própria família)e a pintura fica perfeita, novinha. Mas se fosse eu venderia e comprava uma nova: McLaren que já foi batida não combina com jovem bilionário de apenas 20 anos.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ipira, Cidade que Inspira

Após algumas semanas de trabalho, já está a disposição do município de Ipira o material criado pela Nativa Comunicação com slogan Ipira, Cidade que Inspira.
Para desenvolvimento do trabalho, estivemos presente por diversas vezes em locais turísticos da cidade, conhecendo, fotografando, filmando e coletando dados. O resultado originou o título do material, um material gráfico para divulgação da cidade em toda Santa Catarina e um audiovisual mostrando as potencialidades culturais e turísticas de Ipira.
Paralelo à isto, trabalhamos na revista Tecer Moda, registrando o resultado final do curso de Design em Moda realizado em parceria com a Udesc. Para este material, fotografamos as modelos com as roupas criadas pelas alunas do curso, produzimos a revista e participamos do desfile de moda que serviu como apresentação dos trabalhos e formatura da primeira turma.
Trabalhar neste projeto foi realmente motivo de muita inspiração.